O poder das palavras

Recentemente fui ao cinema assistir ao filme Que Horas Ela Volta? onde Regina Casé interpreta (brilhantemente, vale ressaltar) Val, uma empregada doméstica que trabalha na casa de uma família de classe média-alta há anos e se sente “parte da família” tendo, inclusive, criado o filho dos patrões como se fosse seu – educando, dando carinho e sendo sua maior confidente.

Dentre os tantos questionamentos que esse filme me despertou, um ficou mais evidente. Fiquei tocada ao imaginar a quantidade de babás que exercem atualmente um papel fundamental na vida das crianças que na verdade deveria ser exercido pelos pais. O convívio, a educação e o afeto estão sendo trocados por brinquedos, escolas caras, celulares, viagens para o exterior, etc. Os pais acham que o TER pode substituir o SER. E aliado a isso, as pessoas estão se distanciando umas das outras. A conversa foi substituída por mensagens; as interações por Likes e a vida por imagens cheias de filtros mentirosos.

Acho que estamos endurecendo, sentindo medo de viver de verdade. Certa vez, em uma roda de conversa, uma guria se queixou do namorado. “Ele é extremamente fechado, não fala sobre o que sente, detesta falar sobre nosso relacionamento e vive me criticando”. Imediatamente pensei: Que triste!

Sei lá, isso pode parecer romântico, mas tem coisa mais gostosa que receber um elogio daquela pessoa que você ama? Quando digo isso não estou falando sobre a necessidade de ouvir “eu te amo” todos os dias. O que quero dizer é que acredito no poder das palavras e por isso acho necessário expor o que penso.

É simples: se alguém (digamos que um namorado) sente necessidade de conversar comigo para expor uma insatisfação, fazer uma crítica, ou algo do tipo. Por que então essa mesma pessoa não diz o quanto se sente bem ao meu lado, elogia o meu trabalho ou repara na roupa nova que estou usando? Não dá pra entender essa matemática. Criticar é importante, mas elogiar não?

O ser humanos é um bicho que precisa conviver em sociedade para se sentir bem. Sendo assim, é fácil concluir que a opinião do outro importa sim!

E isso é explicado biologicamente, inclusive. Se uma pessoa chega em você e diz, por exemplo, que “você está feia”; o seu cérebro processa essa informação e seu corpo troca a produção de endorfina (hormônio da alegria) pela produção de cortisol, fazendo com que você entre em um “estresse imaginário” e passe a se sentir triste, inseguro, etc.

Daí penso aqui com meus botões: uma relação em quem uma das partes só abre a boca para criticar e é incapaz de expor seus sentimentos, não deve ser saudável. Provavelmente a pessoa que não é positivamente estimulada dese se sentir abatida, ter uma baixa auto-estima e isso é um ciclo vicioso.

Sorte daqueles que vivem em um relacionamento saudável onde existe liberdade para falar sobre todos os assuntos, inclusive sobre amor. É tão gostoso se sentir especial para alguém! Não é mesmo? Se eu pudesse dar um conselho àquela menina da conversa eu diria: “É CILADA, BINO! Se ele não te valoriza, faça isso por você: dê um pé na bunda dele e seja feliz. Você é linda, ele que é um insensível e vai sair perdendo.”

Quanto a você, caro leito: elogie, abrace, repare nas qualidades das pessoas que fazem parte da sua vida, leve a vida com mais amor e delicadeza. MAIS AMOR, POR FAVOR!11

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